quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

Venha o 2016...

Quem me conhece, sabe que não sou pessoa de fazer planos: gosto do que a vida me vai trazendo e tento viver o mais e o melhor possível cada momento que vou tendo a oportunidade de experimentar... 
Por isso, este meu último post do ano não é para fazer planos nem para dizer que os fiz... 
É apenas para deixar um propósito para o futuro: este ano tive o privilégio de conhecer alguém que me mostrou este caminho e o que essa pessoa maravilhosa inspirou em mim pede-me que o siga... 
Tentarei aprender cada dia mais um pouco destas... quatro "leis" de filosofia e vivência... pode ser que cresça. 
E, afinal, crescer é mesmo o que de melhor posso fazer... 

«A Primeira Lei diz: « A pessoa que chega é a pessoa certa ».
Significa que nada ocorre em nossas vidas por casualidade. Todas as pessoas que nos rodeiam, que interagem conosco, estão ali por uma razão, para que possamos aprender e evoluir em cada situação.
A Segunda Lei diz: « O que aconteceu é a única coisa que poderia ter acontecido. » 
Nada, absolutamente nada que ocorre em nossas vidas poderia ter sido de outra maneira. Nem mesmo o detalhe mais insignificante! Não existe: "se acontecesse tal coisa, talvez pudesse ter sido diferente...". Não! O que ocorreu foi a única coisa que poderia ter ocorrido e teve que ser assim para que pudéssemos aprender essa lição e então seguir adiante. Todas e cada uma das situações que ocorrem em nossas vidas são perfeitas, mesmo que nossa mente e nosso ego resistam em aceitá-las.
A Terceira Lei diz: « Qualquer momento que algo se inicia, é o momento certo. » 
Tudo começa num momento determinado. Nem antes, nem depois! Quando estamos preparados para que algo novo aconteça em nossas vidas, então será aí que terá início! 
A Quarta e Última Lei diz: « Quando algo termina, termina! » 
Simplesmente assim! Se algo terminou em nossas vidas, é para nossa evolução! Portanto é melhor desapegar, erguer a cabeça e seguir adiante, enriquecidos com mais essa experiência!»

Isto posto, desejo um bom 2016 a todos, rico do que para cada um de vós, meus queridos amigos, seja a riqueza!

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Um pouco mais de mim...

   O SORRISO



   Era o sorriso…
  
   Um sorriso feito
   Porta aberta
   Ao que se encerrava.

   Um sorriso que beijava
   O medo de que fosses
   (Como se não fosse temível
   Se quisesses ir).

   Um sorriso que vinha
   Deliciado, satisfeito
   E me fazia sentir
   Nos lábios coisas doces
   E que, por isso, me encantava.

   Um sorriso ainda mais sorriso
   Quando parecia que ficava
   Sem jeito
   Porque lhe tinha sorrido.
   
   Era o sorriso
   Que me ensinava
   Onde o sonho mora…

   Mas isso era dantes.
   Antes de o levares embora…

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Recordando...

Sim, é para ti!

A celebrar a lembrança de um adolescente de quarenta anos que entrou no quarto de hotel que era o seu até ao dia seguinte e, devendo preparar-se para repousar de um dia cansativo, voltou, noite alta, para o jardim onde tinham acabado de passear...
A lembrar o medo que teve de ser apanhado e do prazer (incomensuravelmente maior) que viveu ao "roubar" uma rosa, cortada às escondidas e ao subir as escadas, com o coração aos saltos...
A rir-me como um perdido da figura que ele fez, quando bateu três vezes na porta que não era a dele, a segunda ainda mais leve que a primeira (já essa receosa) e a última a parecer impercetível e do sorriso que se abriu ao mesmo tempo que a porta se ia abrindo: "é para ti!"
A ser capaz de compreender, deliciado, o que sinto neste preciso momento…

É claro que é para ti! 


quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O peso do Estado...


17 Ministros e 41 Secretários de Estado pode parecer muita coisa...
A direita ressabiada diz até que é um exagero e uma vergonha e um regresso ao despesismo.
Eu entendo esse número como um excelente sinal para um país que ainda vai  tempo de fugir da deriva neoliberal com que quase o destruíram Passos e Portas nos últimos tempos.
A assunção de que o Estado não é uma figura menor na vida das pessoas e na economia é uma necessidade premente!
E afirmá-lo, sinalizá-lo politicamente também!
- Dizer que a Justiça é função primordial do Estado não pode deixar de passar por uma equipa que - vinda do Estado - tenha dimensão e peso bastantes a que se combata a privatização que tantos queriam!
- Dizer que a saúde é pública exige mais que um secretário de Estado!
- Dizer que o Estado tem um papel na internacionalização da nossa economia pede que haja um político a coordená-la!
- Dizer que é obrigação do Estado na inclusão das pessoas com deficiência não tinha de ser feito por uma pessoa com deficiência; mas é um excelente sinal político que o seja!
- Dizer que é no Parlamento que se vai fazer política e não nos corredores dos bancos e das grandes empresas exigia um político da craveira do deputado Pedro Nuno Santos!
A alteração de paradigma que se exige (e que espero que aí venha): "governar para os eleitores e não para quem paga as campanhas eleitorais" exige Estado, melhor Estado, mais competente e assertivo. E, por isso mesmo, não poderia ser "menos Estado"!
A mim, francamente, agrada-me ter 17 Ministros e 41 Secretários de Estado!


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Decisões...

Um dia, já lá vão uns anos, um magistrado que (por nunca o impor) rapidamente ganhou o meu respeito, disse-me algo como isto: "eu posso perder noites de sono até tomar uma decisão, mas depois de tomada, nem mais um minuto perco"...
Perdi horas de sono (perdi mais que sono, em boa verdade): desistir nunca foi verbo que eu conjugasse com facilidade.
Mas a decisão está tomada!
Daqui para a frente, não perco nem mais um minuto 😉

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Busque-se o alento onde ele possa estar...

Chamem-lhe o que quiserem...
Chamem-me  que quiserem...

(ou de como eu preciso de utopia para não deixar que o desalento tome conta do que sou!)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Reflexões sobre política e sobre o momento político...

Muitos se espantam com o que se passa nos últimos dias na Casa da Democracia.
Eu próprio, sempre imaginei mais coincidente com a política e o posicionamento ideológico das várias forças com representação parlamentar que a aproximação com vista à formação do Governo se fizesse no "centrão" que à esquerda...
Admito que rejeito integral e totalmente a ideia de que o que se está a fazer é "sede de poder" ou "projeto político pessoal"... principalmente porque sou democrata e todos os quadros possíveis no âmbito da democracia, tal como ela vem definida pela Constituição da República Portuguesa, são sempre admissíveis!
A minha reflexão sobre as causas desta alteração (partindo dos dias de hoje e não do que vinha sendo a realidade) leva-me às seguintes conclusões:
1. o "parti pris" ideológico à esquerda no nosso Parlamento, mudou muito pouco;
2. a diferença estará na circunstância de o PS e o PPD-PSD terem deixado de serem iguais;
3. durante muito tempo, disputaram o que havia de social-democrata no parlamento e no posicionamento ideológico em Portugal, o que manifestamente deixou de acontecer;
4. é o PS o único partido português que permanece próximo do que, na sua conceção teórica e na prática política, é a social democracia;
5. não tenho dúvida de que era a semelhança entre aqueles dois partidos que permitia que as maiorias relativas de um e de outro se fossem absolutizando...
6. o distanciamento do PPD-PSD da matriz social-democrata que deu cabo do país e que se pretendia prolongar no tempo fez com que a esquerda do Parlamento tivesse (pela primeira vez, desde 1974) preferido a social democrata à via "neoliberal" (que, a ter continuado, nos deixaria inapelavelmente de rastos);
7. o que vale por dizer que, até neste apeamento do poder, o PPD-PSD apenas se pode queixar de si mesmo...


sábado, 24 de outubro de 2015

Um sorriso "roubado" é tão mais encantador...

Passei por isto e senti que um sorriso se me fugia em direção a quem mo tinha prendido...
E, sim, um sorriso "roubado" é tão mais encantador...

domingo, 18 de outubro de 2015

Afinal, a Esperança mora aqui perto...

Há dias, jantava eu num sítio qualquer no Porto onde me puseram à frente bife duro e umas batatas que não imaginavam a quantidade de iguais a elas que tinham passado pelo mesmo óleo onde elas tinham passado (porque se imaginassem, apresentar-se-me-iam envergonhadas - o que não sucedeu) senti o meu mau feitio a estragar-me definitivamente o humor (também é verdade que, naquele dia, o dito já não vinha grande coisa...).
Preparava-me para reclamar da qualidade do que me tinham posto à frente (caramba, até o fino estava morto e, ainda para mais, era Sagres (coisa imperdoável em qualquer parte do mundo e eu em plena baixa do Porto) quando ouvi, num telefonema que a boa educação não deveria ter deixado ouvir, mas que os decibéis me impuseram, alguém a pedir a quem deveria estar do lado de lá da "linha":
 - Depois, manda-me a morada da Esperança por sms...
Oh pah, quis lá saber do bife, as batatas ficaram maravilhosas, o essencial estava adquirido: afinal, a Esperança mora aqui perto e ainda há quem saiba onde ela pode ser encontrada...
Pedi uma Super Bock de garrafa e não precisei de mais nada para a refeição me saber pela vida...

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Um pouco mais de mim...

DESFAÇATEZ



Vi-me só naquele espelho
Que me olha dia a dia
E já lá não estava o velho
De quem eu nunca fugia

E foi bom

Nessa desfaçatez
De pensar sobre o que sou
Percebi a mesquinhez
Da linha que alguém traçou
Dando-ma por guia
Só porque tinha de ser

E o homem que eu quero ser
Temendo ver-me descrente
Ordenou-me, alto e bom som
Enquanto desaparecia
Que não temesse ser gente
Nem o que disso adviria

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ÚNICA PRONÚNCIA QUE ME PERMITO, APÓS AS ELEIÇÕES...

Esta é, para mim, a imagem que melhor descreve as eleições de 4 de outubro de 2015:
Durante mais de um mês, o PPD-PSD escondeu (pelas piores razões, as menos sérias, as menos honestas, as menos democráticas, as menos esclarecedoras) o que sabia que  o faria perder as eleições (prescindindo, assim da seriedade, honestidade, democracia e esclarecimento que deveriam nortear a política verdadeiramente política)...
Mas elas estavam lá, escondidas, para aparecerem à bruta no preciso momento em que a vitória se fez certa...
E, em bom rigor, todos sabíamos que iria ser assim...
Ao lado disso, o CDS-PP já exibe com a direita o polegar que o simbolizou sempre e com a esquerda os dois dedos que foram privativos do seu parceiro...
O que vale por dizer que o povo gosta do logro e de quem se agacha...
Eu não!!!

sábado, 3 de outubro de 2015

Um pouco mais de mim...


CARTA A UM FILHO QUE NÃO TENHO

 

Saberás, meu filho
(Não que os tenha: nunca os tive)
Que não há nada
Que possas fazer (ou desfazer)
Que eu não tenha
O atrevimento de pensar
Que já conheço.
Que nada há que imagines
Que não me tenha sido
Dado a conhecer. 

Amei (como eu amei!)
Tive o supremo privilégio
De ser amado
E vivi o sacrilégio
De ser desejado
Sem retribuir desejo.
 E desejei (Oh! Se desejei!)
Todas as vezes
Em que fui enganado
Pela natureza misteriosa
De um toque de mulher
De cada beijo,
Que dei e me foi dado. 

Em cada hora deliciosa
Em que os corpos (pele com pele)
Se encontravam,
Cheguei mesmo a sonhar
(Sonha sempre quem
vive depressa tão grande é o medo)
Que teria outra e outra oportunidade
Para tentar encontrar-me em mim.
E acredita que não tinha:
Aquelas eram aquelas
E eu desperdicei-as. 

Ah! Foram tantas as asneiras
Que optei por fazer
E fiz ao longo destes anos
Que por cá tenho andado. 

Mas não enjeito um só amor
Dos que pude viver:
E não falo só do amor-mulher
Falo dos livros, da música,
Dos quadros que não sei pintar
Mas que comprei.
Das viagens que fiz
Dos sonhos que sonhei
Das imagens que fotografei
E que ainda insisto em imprimir.
Dos risos e das lágrimas que pude rir.
E do sonho de ser feliz eternamente
Que é isso que mais quer
Quem não prescinde de viver.
Do meu vício do chá
E dos charutos que fumava
E que deixei de fumar
Pensando que preservava
A voz que, afinal, não preservei
E que não era tão má como a pensava…
E dos amigos
(Ah! Tão maravilhosos os amigos!) 

Se me arrependo? 

Claro. Mas só de medo que me fez não arriscar
Que me impediu de pedir sonho
Quando o queria tanto! 

Por isso te digo,
Meu filho que não tenho (nunca os tive):
Não vejas no medo o amigo
Que só ele diz que é! 

Arrisca, mesmo que sintas
Que não há por onde
Correr bem o que desejas…
Humano que é humano
Por razão ou por fé
Corre o risco, não se esconde
Vai à luta, vive!

Ainda não estou velho
Que chegue para crer
Que te possa impor
O meu conselho.
Mas deixa-me dar-to… 

Não fujas do amor!
Não te mintas quando sentires
O desejo de dividir
Vida com quem ames!
Arrisca, meu filho!
Atreve-te a viver!
 

Espinho, 3 de outubro de 2015

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O meu conceito de democracia não é este!!!

Li esta notícia com esta declaração de Jerónimo de Sousa e percebi qual a razão fundamental para me ter distanciado (e tanto) do PCP!
A nossa democracia não pode permitir - sob pena de definhar - que, no caso de ser a PaF a força política com maior expressão eleitoral, não seja a PaF a convidada a formar governo
Por isso, creio que a nossa democracia não pode permitir afirmações destas: o povo tem de ser respeitado, seja em que circunstâncias for!
Da minha parte, sem deixar de dizer que seria o maior infortúnio por que passaríamos como povo e como país se PPD-PSD e CDS-PP merecessem a confiança do povo, depois de terem sido uma das mais nefastas coisas que a  democracia gerou), assumo que, se essa for a opção popular, saberei respeitar essa opção.
E isso tem de implicar (sem prescindir de a ela me opor sempre que entenda que é devido) defender que se o povo for capaz de me levar por aí, respeitar o povo.

Mas - talvez mais importante - fica a certeza de que foi o próprio PCP quem demonstrou que cada boletim de voto que leve a cruz à frente da CDU é um voto que, além de potenciar a eleição da coligação de direita, traz muito pouco à democracia portuguesa.
E sai reforçada a minha convicção de que farei bem em votar no Partido Socialista!

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

É delicioso quando um nome se agiganta à condição de oração...
Obrigado! Do fundo do meu coração, obrigado!!!

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Felicidade...



Dei comigo a pensar que há uma forma bonita de interpretar o texto de José Gomes Ferreira que diz isto:

"(…) Senti saudades, não do passado, mas dum futuro qualquer, tão longe, tão lá no fundo, tão sonho, tecido apenas de pequenas coisas doces (...)"

E percebi como pode ser delicioso um quase regresso a tantas coisas da adolescência...
E senti-me grato... e feliz... e enamorado...
E foi bom: imensamente bom.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Um pouco mais de mim...

CARNALIDADE



Não foi o teu corpo que pedi.
Percebi cedo
Que é do que és mulher
Que brota a felicidade.

Estava um sonho por fazer
E o corpo não bastava:
Importava o enamoramento,
Queria que o vão momento
De um beijo matasse o medo
Pedindo eternidade!

E deixei-me convencer
De que se notava
Que o sorriso que te dava
Trazia nele um corpo inteiro
E gestos de te querer
Feitos de azul e encantamento…

Não, mulher!
Não foi o teu corpo o que pedi!



A propósito de fazer as pazes...








Estas férias, para além de muitos "regressos à adolescência" (deliciosos, todos, mesmo os agora dolorosos) trouxe-me uma sensação de ter feito as pazes com o passado...
A estória é esta e passou-se comigo aos catorze ou quinze anos (ando farto de fazer contas e não sei se foi num ano ou noutro).

Tinha eu ainda (e tive, felizmente por muitos anos) o privilégio da presença da minha avó e ela levou-me na minha primeira grande viagem: Atenas, Ilhas Gregas e Istambul. 
Antes de abalarmos, realizou o meu desejo de ter uma máquina fotográfica e eu tive nas mãos a minha primeira (uma Zenith, de fabrico russo e que vou recordar para sempre). 
O problema é que um rolo de trinta e seis tinha de ser muito poupadinho e eu deixei-me ficar a procurar ângulos naquela praça entre a Mesquita Azul e Santa Sofia. 
O grupo não me deu pela falta e entraram em Santa Sofia sem mim… 
Imagina quem me leia o pânico da minha avó, não imagina? 
Mas decerto não imagina o quanto me doeu a dor dela, a sensação de culpa pelas lágrimas que lhe vi… 
Fiz as pazes com esse (felizmente, o único) desencontro com a minha avó precisamente com a ajuda e a presença de alguém que era viajante como eu nestas férias e que muito me lembrava a minha "velhinha".
E foi bom... muito bom!

terça-feira, 18 de agosto de 2015

Preciso de mudança!

Leio isto e constato que nunca neste país tanta gente (sobre)viveu com o salário mínimo nacional - são 465.000 portugueses, contra nem chegava a 200.000 há quatro anos!
Há dias, esteve sentado no meu gabinete um senhor que me disse que, depois de ter ficado sem trabalho há três anos (ganhava perto de 700,00€ por mês limpos), conseguiu - aos perto de 50 anos e depois de ter acabado o fundo de desemprego - um trabalho por 505,00€ mês (ou seja, depois de descontos e com duodécimos, tem disponíveis, limpos 525,00€ por mês).
Daí, paga 210,00€ de pensão de alimentos aos filhos (e nem lhe passa pela cabeça baixar, que ele quer que os 3 cachopos tenham um bocadinho de futuro e que esse seja o mais diferente possível do que é o seu presente); paga perto de 75,00€ por mês de medicação (que ou toma ou morre); tem de gastar 55,00€ (ou 65,00€, já nem sei) de passe para poder ir trabalhar; pagava 200,00€ de um quarto e passou a pagar só 150,00€ porque deixou de usar o chuveiro e vai tomar banho e lavar os dentes ao balneário público nos dias em que não puder fazê-lo no trabalho; e ficam-lhe menos de 50,00€ por mês para comer, vestir-se e calcar-se, ter o mínimo de cuidado com a sua higiene e saúde e tentar sonhar com  o tempo em que poderá voltar a ser humano e não um arremedo de homem como me confessou sentir-se...
E eu fiz contas e percebi que isso pouco mais é que 1,50€ (um euro e meio) por dia!.
E tive vergonha de apertar a mão e não o pescoço aos que dizem que o meu país está muito melhor...
Quero lá saber de quem cá esteve antes, pah! Não me venham com a cantiga de que os erros foram cometidos todos até 2011!
Queria era que em vez de fazer ricos (como quis e soube fazer), este (des)governo tivesse ao menos tentado diminuir o número dos pobres (o que não quis fazer, pelo que nem sequer se chega a colocar como questão se saberia ou não fazê-lo)!
Quero (preciso, para que não perca de vez o instinto de proteção e continue a contrariar o ímpeto de fazer "asneiras"!) de quem me livre de um país que resigna a ser assim!

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Orgulho na minha profissão também é isto!

Parabéns à Senhora Bastonária da Ordem dos Advogados Portugueses: a companhia dos melhores honra e reconhece o prestígio de Vossa Excelência e da nossa Ordem!
Não é a qualquer um que se dá o privilégio de integrar a Comissão Comissão Nacional do Código Civil, nos seus 50 anos!
Já agora, uma nota aos que teimam na aleivosia de arengar sobre a alegada falta de prestígio da Ordem dos Advogados Portugueses e da sua Bastonária: que vos sirva de "escarmenta" ;)

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Portugal a sofrer as consequências da sua própria iliteracia política...

Ouvi, há pouco, a entrevista da Dra. Manuela Ferreira Leite à TVI.

E lembrei-me de uma coisa que digo há três ou quatro anos: a coisa politicamente mais difícil no país que a dupla Passos-Portas criou deve ser um verdadeiro social democrata estar inscrito no PPD/PSD...

Lamentavelmente, em Portugal, isso quer dizer nada: fruto da iliteracia política que sucessivamente foi proporcionada aos portugueses, as consequências políticas da deriva (para longe da social democracia) dos partidos que compõem este (des)governo vai ser nenhuma.
Num país politicamente educado, que tivesse sido ensinado a pensar (e pensar democraticamente), a circunstância de o PPD-PSD se ter convertido num partido que nega todas as funções sociais do Estado e se propõe transferi-las para o mercado (v.g, para as IPSS, ou seja, para as suas próprias clientelas, gerando proveitos para elas e tachos para os seus militantes, que se manterão daqueles proveitos), entre as demais coisas em que se tornou, a consequência seria lógica: os eleitores da matriz social-democrata deixariam de votar no PPD-PSD.
Quem lucraria com isso? Naturalmente, o PS, que traz no seu programa eleitoral essa matriz social-democrata da política e que deveria absorver esses votos, pelo aspeto ideológico e programático.
Não creio, porém, que assim venha a suceder no dia 4 de outubro: e nem é tanto porque
o preconceito contra a "esquerda" é ainda demasiado vincado na vida sócio-política do nosso país. 
Na verdade, o PS pode até ser mais social-democrata agora do que era há 30 ou 40 anos atrás (curiosamente, sempre foi assim, que, v.g., Álvaro Cunhal se referia aos socialistas: como ideologicamente posicionados na social-democracia; e tinha razão, a meu ver).
No entanto, os que sempre foram votando no PPD-PSD  há 10, 20, 30 ou 40 anos (e que o fizeram, as mais das vezes, seguindo sociais-democratas) não têm, na maioria dos casos, literacia política suficiente para perceber que o único partido que se apresenta a eleições com um programa próximo de ser social-democrata em Portugal é precisamente o Partido Socialista.
E, porque nem o perceberam nem o PS se deu muito ao trabalho de explicar que assim é (confesso que não sei bem porquê), a maioria absoluta que pede fica a anos-luz, para o bom e para o mau...
E isto, fruto do pouco saber sobre ideologia e sobre a consequências que ela tem de ter nas escolhas que fazemos em sociedade.

Claro que também há aqueles que nem coluna vertebral têm... esses vão continuar a dizer que são social-democratas e que o PPD-PSD o é e sempre foi... mas, se formos ao fundo da questão, perceberemos que isso está na esperança de não perder papel numa qualquer sociedade de advogados, numa qualquer Santa Casa da Misericórdia, numa qualquer associação mutualista, ou até de não deixar de receber as migalhas de umas senhas de presença numa assembleia municipal ou de freguesia... 

O que me faz voltar ao princípio: o que pior aconteceu a este país é que lhe tivessem proporcionado não educação, mas iliteracia política: os "xicos-espertos", "patos bravos" e demais vigaristas da nossa praça estariam muito menos à vontade... 

sexta-feira, 24 de julho de 2015

Tenho vergonha do meu Parlamento!

A caça ao voto não pode significar perseguir e inferiorizar desta forma a mulher portuguesa!
A única conclusão a que chego é a de que a liberdade, a decência democrática e a igualdade republicana não moram já no parlamento português!
A esperança maior: que 4 de outubro seja um primeiro passo para a que a República e a Democracia regressem a São Bento!
E atentemos que, para se fazer justiça às mulheres e às suas famílias, basta uma maioria. E não precisa de ser absoluta! Nada em liberdade precisa de ser absoluto!

terça-feira, 7 de julho de 2015

Um pouco mais de mim... singela homenagem...

Hoje, dia em que partiu Maria Barroso (mulher que admirei sempre, acima de tudo por nunca ter deixado de ter o seu próprio nome), lembrei-me de ter escrito uma coisita, pensando nela e fui procurar...
Encontrei: é de 27 de janeiro de 1997 e era assim:


FECHA O PANO


Os olhos procuram-te...
Forçada, inclino o rosto
E o pano fecha...

És alma de mim.
E somos juntos força
Que vem do nada aparente.
Saudade talvez
Espoliada
Verdade (talvez nada)
Desejada.

Onde estás, meu Mário?
Para onde te roubaram?

A peça acabou; fi-la toda
Sabendo que te levaram
Mas ninguém diz o que se passou...

- Sobe o pano!!!
- Não subam!
A Maria desmaiou...

quarta-feira, 1 de julho de 2015

A propósito da CAIXA DE PREVIDÊNCIA DE ADVOGADOS E SOLICITADORES

     Confesso que ando há dois dias a pensar nesta coisa da CPAS e que há algumas ideias que me apetece pôr em texto escrito e partilhar com quem tenha pachorra para perder um bocadinho do seu tempo a ler esta que é uma opinião pessoal e que, como tal, a mim e apenas a mim me vincula.
     Verifico que a proposta inicial da direção da CPAS de os novos valores das contribuições serem agravadas para 19%, 21%, 23% e 24% em 2015, 2016, 2017 e 2018 vai acontecer apenas em 2017, 2018, 2019 e 2020.
     Isto é bom? Objetivamente, não é!
     Mas tem a vantagem de permitir que a advocacia portuguesa tenha algum tempo adicional para se preparar para os aumentos que se adivinham.
     E essa conquista dos advogados portugueses deve-se ao que foi feito (e, digamo-lo sem rodeios, foi feito pela Senhora Bastonária da Ordem dos Advogados, mesmo contra alguns dos seus pares, sabe-se lá porquê) para tentar evitar a maldade que este novo regulamento importa.
     Mas isto é mau por uma outra razão: esta direção deixa o odioso de a CPAS passar a cobrar aos advogados as taxas agravadas para quem for eleito a seguir ao fim do seu mandato: a asneira fá-la ela, quem terá de sofrer com a asneira é quem vier a seguir, em qualquer caso, legitimada pelo voto (e o voto para fazer como o regulamento manda)…
     Tristemente (e desculpar-me-ão os que contrariam a “estatística”), assim será porque – como é hábito – a maioria dos advogados só se aperceberá do tamanho da patifaria que nos fizeram quando o dinheiro lhe começar a sair do bolso.
     Para além disso, até janeiro de 2017, o valor mínimo das contribuições continuará a ser EUR 171,70 (cento e setenta e um euros e setenta cêntimos). Não altera rigorosamente nada (salvo, evidentemente, para quem podia ter isenção e deixa de poder, e sabemos que esses são as principais vítimas deste regulamento e , mesmo esses, com contribuições inferiores àquele mínimo).
     É por isso que não consigo perceber porque é que há tanta gente a fazer soar alarmes falsos, dizendo aos Colegas que a contribuição mínima é de EUR 242,20.
     Vamos a factos:
        a) isso será em 2020 (se nenhuma alteração houver – e eu tenho esperança de que o poder político deste país há de saber perceber que é preciso emendar a mão que a aleivosia que paira sobre o Terreiro do Paço nos impôs);
        b) antes disso, ainda será (partindo do pressuposto de que o salário mínimo não aumenta) EUR 232,30 – em 2019 – EUR 212,10 – em 2018 – e EUR 191,90 – em 2017;
     Impõe-se, por isso a pergunta: a quem interessa desmotivar os advogados? (não esqueço a afirmação de alguém que dizia que para pagar 250 euros à caixa, mais vale fechar o escritório)... A quem interessa que a advocacia se desuna (ou, mais grave ainda, se una em torno de quem está interessado em representar-se e não em representá-la)? A quem aproveitam os discursos inflamados de apocalipse?
     Por ventura (triste ventura!), aos mesmos que deliberaram esconder dos advogados as maldades que se preparavam para fazer, como fizeram (muitos deles impedindo a deliberação de destituição da CPAS que aprovámos esmagadoramente em 14 de maio de 2015).
     Reflitamos todos sobre isto, meus caros Colegas: estou seguro de que, se analisarmos aos poucos perceberemos que é em torno da Ordem dos Advogados e da Senhora Bastonária que teremos de nos unir, se queremos que a questão da CPAS e das suas contribuições volte ao trilho certo: o do respeito pelos advogados e pela advocacia!

terça-feira, 30 de junho de 2015

Confessada inveja dos inocentes...

Este fim de semana, em conversa com um amigo (daqueles - felizmente alguns! - que o estar presidente do IAPI me permitiu), dizia-me ele que o George R. R. Martin terá escrito algo como isto: "um homem que luta por moedas é leal apenas à sua algibeira"...
Infelizmente, tenho sido obrigado a conviver com pessoas que, afirmando lealdades que reputo de acertadas, praticam a lealdade ao seu bolso e à sua conta bancária; e isso é especialmente "feio" por trazer consigo o negar das lealdades que afirmam...
E andam de cara alta na rua, como se estivessem cientes de praticarem o certo.
Eu nem dormir de noite conseguiria!
Benditos pais tive eu, que me ensinaram que a consciência limpa vale imensamente mais que uma bolsa cheia (principalmente se de dinheiro desleal)...

terça-feira, 16 de junho de 2015

Quando nos apercebemos de que crescemos...

Conheci esta Senhora num aniversário de uma amiga, já lá vão uns anos...
Confesso que, a princípio, não lhe vi grande piada... Bastava um pouco de tempo com ela para perceber que tinha duas coisas que marcavam: assente na razão, não prescindia das "nuvens"...
Eu era um "puto" de menos de 30 anos e, para dizer a verdade, a Paula assustou-me. 
E assustou-me porque eu claramente não estava  preparado para alguém "arejado" daquela maneira! 
Passados uns anos, alguém me deu a ler uma das suas crónicas e eu acabei por me deliciar com o livro em que as compilou (por falar nisso, o/a amigo(a) que não o devolveu - que não sei quem é, não me lembro - esteja à vontade para o trazer cá a casa: serão os dois muito bem recebidos). 
Perdi-me da sua escrita até que esta crónica me prendeu de novo...
À custa disso, passei duas horas giríssimas com uma escrita deliciosa e que me fez perceber que quando crescemos, cá dentro, cá por dentro, a coisa fica muito mais fácil...
Ah... e não, já não me assusta... 
Em bom rigor, percebi que não me assustava, já aqui há uns anos.
Hoje  como então, interpela-me a crescer mais... hoje, ao contrário de então, não deixo que isso me assuste e assumo que não tenho medo de crescer...
Lá está: dei por ela de que cresci.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

NÃO DE DIREITO, MAS DOS TRIBUNAIS...

    Sobre a Justiça Especializada (ou, como tenho dito sistematicamente, (pseudo)especializada) da (muito pouco, se é que algo) senhora ministra da Justiça.

    Não direi onde foi. 
    Referir-me-ei a "magistrado" sem identificar género propositadamente. 
    Se calhar, deveria fazê-lo: desde pelo profundo respeito que tenho pela magistratura portuguesa, mas também  porque, ao não identificar, deixo a possibilidade de serem muitos os possíveis identificáveis que, pela sua postura, jamais poderiam ser aqui os visados. 
    É um... risco que sinto que tenho de correr, protegendo quem me cabe proteger, i.e, quem é minha cliente.
    A verdade é que nunca senti tão pouco a necessidade de especialização como hoje, à vista de um juiz que só a lei diz que é especialista em direito da família e dos menores.
    Mas aparentou (pelo menos) não ter a especialização no essencial: em respeito pelo ser humano como tal, sem mais, ainda para mais na Instância de Família e Menores de numa Instância Central.
    Lá chegado, porque o MP propôs um incidente de incumprimento com a mera alegação do progenitor de que não via a filha há meses (e bem, porventura: o contraditório é para fazer em sede própria), quando a mãe explicava que a criança não tinha ido com o pai por ter tido graves e documentadas crises de asma, o magistrado afirmou (em bom rigor, "disparou", em jeito ameaçador): "às tantas, é alergia à mãe"...
    De imediato reagi, dando-lhe conta de que aquela não seria forma de se dirigir à minha cliente sem que tivesse de reagir e que se impunha que se olhasse para os documentos e as atas anteriores, para perceber o que efetivamente se passara.
    Pergunta, ao mesmo tempo que começava a folhear (acho que pela primeira vez) os outros apensos e o resto do próprio processo principal: "Atas? Que atas? Não vejo cá atas" (mas estavam, estão lá atas)...
    Passados os olhos pelas mesmas, a postura mudou alguma coisa (pudera!) e a pergunta nova foi: "mas a senhora não deixa o menino ir com o pai agora?". Resposta da mãe, já em pânico: "senhor juiz, é uma menina..." (ao que se ouve, "ah, é uma menina").
    Não havendo acordo nem por onde o haver, viemos embora.
    No fim, dizia a minha cliente: "o que foi aquilo, doutor?"
    E eu, pelo respeito que tenho à magistratura portuguesa, respondi que foi uma Conferência de Pais em que não houve por onde fazer acordo e que isso não dependeria dos magistrados, mas só das partes...
    Não sei se ela acreditou. 
    Eu não acreditei naquilo por que vi passar uma Secção que deveria ser especializada e que foi "aquilo"... e imaginei o que teria ali sucedido se não estivesse um advogado presente.
    Mesmo, assim, não perco a vista do essencial: 
    1. não posso tomar a árvore pela floresta e não o farei!;
    2. Quanto mais estas coisas acontecem, mais eu sinto que o advogado é essencial em todas as instâncias da Justiça; 
    3. Se é para isto que temos especialistas (de papel passado), eu quero os velhinhos generalistas de volta: com urgência!

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Um pouco mais de mim

O MEU DEUS
  

Não sei se foi ou não um sonho
Mas eu juro que achei
Que tinha visto deus
Não um deus qualquer
O deus que me interessa
Um deus que dispensa a barba
Um deus sem pressa
De que me curve para o servir
Deus Homem deus Mulher
Deus de sorriso aberto
Deus abraço feito perto
Sim esse deus confiança
Não o deus medonho
Com que me assustaram
Não o deus mau e castrador
Um verdadeiro deus amor
Um sonhado deus sem lei
Um sensível deus esperança
Olhei melhor
E ali estava a sorrir
O meu deus uma criança