quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Desabafo...

Sei bem que, tendo visto isto, o que vou dizer é polémico e que vai merecer um chorrilho de críticas (que eu aceitarei, naturalmente na medida em que as ditas venham decentemente para o que penso).
A verdade é que o que eu vi à porta do EP de Évora (através da comunicação social) foi um homem a dias de completar noventa anos de idade que foi dar um abraço a um amigo e, tendo chegado sereno e serenamente falado aos jornalistas, se exaltou e disse coisas que (seguramente) não deveria ter dito depois de falar com esse amigo.
Ficam, por necessidade de consciência, duas notas:
1ª, a amizade vale muitos sacrifícios; mas estou seguro de que poucos se disporão a pôr o seu prestígio no cepo neste momento e o Dr. Mário Soares fê-lo; merece a minha admiração por isso e tem-na;
2ª, algo deve ter sabido dentro dos muros do EP de Évora para ter mudado tanto de postura entre o momento da entrada e o momento em que saiu (e eu não esqueço que foi advogado de muitos presos políticos no tempo em que os havia "abertamente");
O resto (nomeadamente a falta de respeito que tipicamente caracteriza o discurso de alguns políticos e de alguns "politizados" - à direita, entenda-se) é politiquice... e sobre isso eu nem a boca abro...

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Afinal, acaba por ser bom sonhar acordado...


Ontem, perto da meia-noite, o sono não vinha e eu em pânico: hoje teria que me levantar com as galinhas, que isto de passar a vida a andar de um lado para o outro não me dispensa do trabalho de escritório...
Por instinto, às tantas, peguei no telefone e ia ligar-te: afinal, sempre te liguei a pedir que me acordasses quando o medo de não acordar me dava...
Não estarias lá para atender, lembrei-me, embora já depois de encontrar o "M" no telemóvel...
Mais um sonho contigo que se esvai e de que não quero prescindir!
E cada vez tenho mais saudades tuas...

terça-feira, 11 de novembro de 2014

Coisas que apetece dizer...

Perante isto, e não querendo meter a foice em seara que não é minha (sou absolutamente incréu e pratico a minha não crença), sinto a necessidade de relatar a minha experiência com este padre, agora pároco de Canelas.
Foi o Padre Albino quem ministrou o sacramento da unção dos doentes à minha mãe, naquele que viria a ser seu leito de morte (a minha mãe era profundamente crente e o senhor seria o capelão do Hospital de V.N. de Gaia).
Foi de uma meiguice e de um carinho tais para com ela e para com os que ali estávamos que a nossa opinião (alguns ainda menos crentes que eu) foi a de que ali tínhamos visto um pouco do que sempre imaginámos que Jesus seria (claro está, passada a primeira impressão que nos ficou daquela figura pequenina, barbuda e descabelada).
Custa-me crer que não fosse amor cristão o que o movia... e o conforto que a minha mãe sentiu e foi tão notório veio desse amor, não tenho a mais pequena dúvida.
E é isto que me apetece dizer, um pouco em homenagem grata ao novo pároco de Canelas...

terça-feira, 4 de novembro de 2014

Não tomar a árvore pela floresta é importante...


Li, com imenso espanto, esta notícia.

A minha primeira reação foi a seguinte:
«A Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra há de sobreviver a decisões destas e a gente desta: tem sobre os ombros demasiados séculos de liberdade para que assim não fosse!
Mas, como diz (tão bem) o nosso povo: "elas não matam, mas moem..."»

Depois lembrei-me da razão pela qual ainda hoje se respeita o "quarto de hora académico" naquela cidade: hão de ser sempre os homens a vergar-se à alma mater e nunca ela a ceder-lhes...

E talvez fosse bom que o Prof. Santos Justo aprendesse com a história (afinal, é do que diz perceber...)