segunda-feira, 28 de novembro de 2016

terça-feira, 22 de novembro de 2016

DESABAFO...

Confesso que hesitei muito em publicar este desabafo (que escrevi para me ajudar a passar a tristeza e que talvez devesse guardar junto das outras centenas de folhas de desabafos que escrevi e jamais publicaria)…
Porém, perante uma interpelação direta feita hoje (sic: “diz quanto ganhaste”, referindo-se ao tempo desde que estou a presidir ao IAPI - Instituto dos Advogados em Prática Individual), a publicação dele impôs-se-me à consciência. E ainda mais se me impôs quando amigos me avisaram que esse era um dos temas que o candidato a Bastonário da Ordem, Guilherme Figueiredo, usou para atacar a atual gestão da OA e a sua Bastonária (a par de outros mimos, como a afirmação de que duvidaria que eu me dedicasse efetivamente à advocacia).
Admito que o conhecimento de um vídeo em que o disse numa das suas intervenções públicas me fez atingir o ponto de saturação face à falta de vergonha na cara com que alguns estão nesta campanha (e estiveram, nos últimos anos, na oposição à atual direção da OA)!
Quanto ao que ganhei, respondo publicamente (e fá-lo-ia olhos nos olhos, se pudesse cruzar-me com a pessoa em causa). E faço-o com duas palavras: não ganhei!
Posso afiançar que, não fora o facto de a devassa ser imediata (disso se encarregariam seguramente alguns), de essa devassa poder implicar os meus clientes e (principalmente – porque a deontologia, para mim, é sagrada) de ter de salvaguardar a identificação dos clientes que me pagaram e fizeram retenção na fonte, não teria qualquer problema em anexar aqui a minha Declaração de Rendimentos: poderiam os meus Colegas e quem me lê verificar que nem um tostão recebi da Ordem dos Advogados Portugueses, desde que tomei posse no IAPI - Instituto dos Advogados em Prática Individual, seja a título de ajudas de custo, seja a título de senhas de presença, seja a título de honorários (não sou "avençado" da OA, como alguém me apodou)!
É certo que as despesas em que incorri em representação da OA e que não teria se não fosse essa representação, foram-me reembolsadas nessa justa e precisa medida (e, por exemplo, as refeições que fiz aquando de qualquer ato em representação do Instituto a que tenho muito honra de ainda presidir, paguei-as do meu bolso: se almoço todos os dias em restaurante e todos os dias pago do meu bolso em Espinho ou no Porto, também em Lisboa as paguei e sempre pagaria da minha algibeira!).
Tenho muito orgulho na ética e nos princípios em que os meus pais me educaram e um desses princípios (como, felizmente, centenas de clientes meus podem demonstrar) é o de que o dinheiro dos outros é sagrado! E, por maioria de razão, o dinheiro das quotas dos meus Colegas é dinheiro dos outros.
Sou, orgulhosamente, o primeiro licenciado de uma família de classe média (sou filho de dois honrados funcionários públicos, neto, de uma banda, de um vidraceiro e de uma criada de servir e de um pedreiro e de uma lavradeira, da outra); não tenho pai rico nem fortuna de família que me permitam custear as despesas inerentes ao facto de estar presidente de um Instituto da Ordem dos Advogados Portugueses. Isso bastaria para que tivesse de ser e não as suportasse. Mas também é verdade que não me sinto na obrigação de pagar para servir a Ordem.
O que sinto (e senti sempre) é a obrigação de não me aproveitar da minha Ordem seja em que circunstância for. E tenho consciência de que nunca o fiz!
Quanto ao facto de me dedicar pouco à advocacia, posso assegurar que tenho algumas centenas de processos no Citius, tenho uma clientela (que prezo muito e que faz o favor de confiar-me a sua fazenda e/ou a sua liberdade – e que, de facto, sentiria a minha falta em alguns momentos nestes dois anos e meio não fora o facto de a Sra. Dra. Joana Pinho, que me escolheu para patrono e me atura como Colega ter estado sempre por ali, a amparar-me as saídas).
Asseguro que, entre as tantas outras coisas que o Instituto fez, as perto de cem (sim, orgulhosamente quase cem!) iniciativas de formação que o IAPI - Instituto dos Advogados em Prática Individual organizou e levou a cabo – e que, felizmente, perto de 3.000 Advogados que estão longe dos grandes centros urbanos e que delas beneficiaram tantas vezes agradeceram –, fizeram-se à custa de muitas horas de sono que ficaram por dormir, de muitos livros que deixei por ler, de muitos filmes que queria ter ido ver e não fui, de Amigos que queriam a minha companhia e não a tiveram, de uma namorada que me deixou dizendo que eu tinha escolhido a Ordem e que não dava para competir com a Ordem… jamais à custa dos meus clientes, jamais à custa dos assuntos que me confiaram, jamais à custa da minha profissão: escolhi fazer vida dos problemas dos outros e quero morrer a fazer vida dos problemas dos outros; para isso, não seria burro ao ponto de deixar de fazer vida dos problemas dos outros.
Por isso, aos que dizem de mim tais ignomínias (sei bem a soldo de quem), peço-lhes que descansem: não ganhei um cêntimo com o cargo que exerço, mas a minha profissão ainda me permite viver com dignidade (embora sem luxo, que facilmente dispenso).
Deixem é de me enlamear a reputação (que demorei anos a construir): é o meu cartão de visita e preciso dela para continuar a poder fazer vida dos problemas dos outros, única coisa que me faz feliz! Ainda mais porque, ao fazê-lo, falham no alvo.
E pronto: está feito o desabafo… venham agora os (proto)acólitos zurzir nele, como se lhes impõe...
Uma última palavra para pedir desculpas à minha Bastonária Elina Fraga: desculpa-me, minha Amiga! É verdade que pediste a todos os que estão contigo neste caminho até à reeleição que não descêssemos ao nível a que alguns (os tais acólitos bem industriados e capazes das maiores vilezas) levaram esta campanha.
Tentei até à exaustão! Mas eu sou filho de boa gente, da melhor das gentes! E, perante o episódio de hoje, tinha de dizer “basta!!!”.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

APELO (AO VOTO 😉).


Tem sido, para mim, um orgulho tremendo servir os Advogados Portugueses e a sua Ordem sob o comando desta grande Advogada.
E é por isso que, nesta véspera de eleicões, me atrevo a apelar ao voto na lista que encabeça ao Conselho Geral da OA, a Lista K!
É a única pessoa que vejo com capacidade para continuar a luta pelos Advogados e pela Advocacia.
Porque conhecedora dos problemas e dinâmicas da Advocacia Portuguesa como ninguém, está preparada como nenhum outro para reforçar o património de atuação dos profissionais que trazem a toga na alma.
Sei os sacrifícios que fez para, em respeito aos Advogados que representa (e a quem preza e respeita acima de tudo), ter conseguido manter o silêncio perante os ataques soezes que lhes dirigiram os adversários (uns à descarada, outros no silêncio das "comadres e compadres" - mas ambos vis e aviltantes)... e ainda mais a prezo e respeito por, mais uma vez, ter posto a Advocacia à frente de si mesma.
Manteve, durante todo este tempo, uma coerência de princípios e valores que mais nenhum teve: as suas ideias evoluíram, mas o essencial está lá desde sempre; não é porque chegaram eleições que refere (e se preocupa e tudo faz para que aconteça) formação de qualidade para os Advogados; não é porque as eleições estão aí que diz que os jovens Advogados são preocupação constante e efetiva; não é por haver eleições que se preocupa com os Advogados que trabalham no SADT e com a cidadania que deles carece (o defensor público, que as eleições fizeram alguns "abandonar", foi sempre algo que rejeitou veementemente)...
Esteve à frente de todas as lutas que os Advogados travaram nos últimos anos (e deu o peito às balas, enquanto alguns se refastelavam no conforto dos seus silêncios poéticos, nada dizendo, nada fazendo).
Sabe o que quer para os Advogados e para a Advocacia Portuguesa, sabe o que fazer para o conseguir e almejou prestígio e legitimidade suficientes para os poder exigir do poder político e económico. E de o conseguir para todos (e não apenas para alguns, como outros, mais ou menos disfarçadamente pretendem)!
Atrevo-me, por isso (ciente de que dou um bom conselho), a pedir para a a minha Colega Elina Fraga o voto de todos os meus Colegas!
Estou certo de que não nos arrependeremos de optar por uma Advocacia verdadeiramente livre, liderada por uma Advogada verdadeira, livre, generosa, abnegada... uma que é "cá dos nossos"!
Um abraço a todos!
João Silva Carapeto