sábado, 24 de outubro de 2015

Um sorriso "roubado" é tão mais encantador...

Passei por isto e senti que um sorriso se me fugia em direção a quem mo tinha prendido...
E, sim, um sorriso "roubado" é tão mais encantador...

domingo, 18 de outubro de 2015

Afinal, a Esperança mora aqui perto...

Há dias, jantava eu num sítio qualquer no Porto onde me puseram à frente bife duro e umas batatas que não imaginavam a quantidade de iguais a elas que tinham passado pelo mesmo óleo onde elas tinham passado (porque se imaginassem, apresentar-se-me-iam envergonhadas - o que não sucedeu) senti o meu mau feitio a estragar-me definitivamente o humor (também é verdade que, naquele dia, o dito já não vinha grande coisa...).
Preparava-me para reclamar da qualidade do que me tinham posto à frente (caramba, até o fino estava morto e, ainda para mais, era Sagres (coisa imperdoável em qualquer parte do mundo e eu em plena baixa do Porto) quando ouvi, num telefonema que a boa educação não deveria ter deixado ouvir, mas que os decibéis me impuseram, alguém a pedir a quem deveria estar do lado de lá da "linha":
 - Depois, manda-me a morada da Esperança por sms...
Oh pah, quis lá saber do bife, as batatas ficaram maravilhosas, o essencial estava adquirido: afinal, a Esperança mora aqui perto e ainda há quem saiba onde ela pode ser encontrada...
Pedi uma Super Bock de garrafa e não precisei de mais nada para a refeição me saber pela vida...

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Um pouco mais de mim...

DESFAÇATEZ



Vi-me só naquele espelho
Que me olha dia a dia
E já lá não estava o velho
De quem eu nunca fugia

E foi bom

Nessa desfaçatez
De pensar sobre o que sou
Percebi a mesquinhez
Da linha que alguém traçou
Dando-ma por guia
Só porque tinha de ser

E o homem que eu quero ser
Temendo ver-me descrente
Ordenou-me, alto e bom som
Enquanto desaparecia
Que não temesse ser gente
Nem o que disso adviria

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

ÚNICA PRONÚNCIA QUE ME PERMITO, APÓS AS ELEIÇÕES...

Esta é, para mim, a imagem que melhor descreve as eleições de 4 de outubro de 2015:
Durante mais de um mês, o PPD-PSD escondeu (pelas piores razões, as menos sérias, as menos honestas, as menos democráticas, as menos esclarecedoras) o que sabia que  o faria perder as eleições (prescindindo, assim da seriedade, honestidade, democracia e esclarecimento que deveriam nortear a política verdadeiramente política)...
Mas elas estavam lá, escondidas, para aparecerem à bruta no preciso momento em que a vitória se fez certa...
E, em bom rigor, todos sabíamos que iria ser assim...
Ao lado disso, o CDS-PP já exibe com a direita o polegar que o simbolizou sempre e com a esquerda os dois dedos que foram privativos do seu parceiro...
O que vale por dizer que o povo gosta do logro e de quem se agacha...
Eu não!!!

sábado, 3 de outubro de 2015

Um pouco mais de mim...


CARTA A UM FILHO QUE NÃO TENHO

 

Saberás, meu filho
(Não que os tenha: nunca os tive)
Que não há nada
Que possas fazer (ou desfazer)
Que eu não tenha
O atrevimento de pensar
Que já conheço.
Que nada há que imagines
Que não me tenha sido
Dado a conhecer. 

Amei (como eu amei!)
Tive o supremo privilégio
De ser amado
E vivi o sacrilégio
De ser desejado
Sem retribuir desejo.
 E desejei (Oh! Se desejei!)
Todas as vezes
Em que fui enganado
Pela natureza misteriosa
De um toque de mulher
De cada beijo,
Que dei e me foi dado. 

Em cada hora deliciosa
Em que os corpos (pele com pele)
Se encontravam,
Cheguei mesmo a sonhar
(Sonha sempre quem
vive depressa tão grande é o medo)
Que teria outra e outra oportunidade
Para tentar encontrar-me em mim.
E acredita que não tinha:
Aquelas eram aquelas
E eu desperdicei-as. 

Ah! Foram tantas as asneiras
Que optei por fazer
E fiz ao longo destes anos
Que por cá tenho andado. 

Mas não enjeito um só amor
Dos que pude viver:
E não falo só do amor-mulher
Falo dos livros, da música,
Dos quadros que não sei pintar
Mas que comprei.
Das viagens que fiz
Dos sonhos que sonhei
Das imagens que fotografei
E que ainda insisto em imprimir.
Dos risos e das lágrimas que pude rir.
E do sonho de ser feliz eternamente
Que é isso que mais quer
Quem não prescinde de viver.
Do meu vício do chá
E dos charutos que fumava
E que deixei de fumar
Pensando que preservava
A voz que, afinal, não preservei
E que não era tão má como a pensava…
E dos amigos
(Ah! Tão maravilhosos os amigos!) 

Se me arrependo? 

Claro. Mas só de medo que me fez não arriscar
Que me impediu de pedir sonho
Quando o queria tanto! 

Por isso te digo,
Meu filho que não tenho (nunca os tive):
Não vejas no medo o amigo
Que só ele diz que é! 

Arrisca, mesmo que sintas
Que não há por onde
Correr bem o que desejas…
Humano que é humano
Por razão ou por fé
Corre o risco, não se esconde
Vai à luta, vive!

Ainda não estou velho
Que chegue para crer
Que te possa impor
O meu conselho.
Mas deixa-me dar-to… 

Não fujas do amor!
Não te mintas quando sentires
O desejo de dividir
Vida com quem ames!
Arrisca, meu filho!
Atreve-te a viver!
 

Espinho, 3 de outubro de 2015

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

O meu conceito de democracia não é este!!!

Li esta notícia com esta declaração de Jerónimo de Sousa e percebi qual a razão fundamental para me ter distanciado (e tanto) do PCP!
A nossa democracia não pode permitir - sob pena de definhar - que, no caso de ser a PaF a força política com maior expressão eleitoral, não seja a PaF a convidada a formar governo
Por isso, creio que a nossa democracia não pode permitir afirmações destas: o povo tem de ser respeitado, seja em que circunstâncias for!
Da minha parte, sem deixar de dizer que seria o maior infortúnio por que passaríamos como povo e como país se PPD-PSD e CDS-PP merecessem a confiança do povo, depois de terem sido uma das mais nefastas coisas que a  democracia gerou), assumo que, se essa for a opção popular, saberei respeitar essa opção.
E isso tem de implicar (sem prescindir de a ela me opor sempre que entenda que é devido) defender que se o povo for capaz de me levar por aí, respeitar o povo.

Mas - talvez mais importante - fica a certeza de que foi o próprio PCP quem demonstrou que cada boletim de voto que leve a cruz à frente da CDU é um voto que, além de potenciar a eleição da coligação de direita, traz muito pouco à democracia portuguesa.
E sai reforçada a minha convicção de que farei bem em votar no Partido Socialista!