sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Não, não gosto...


 Habituei-me a ver o PCP do lado da solução. 

E gostava. 

Esta coisa de insistir em realizar o seu legítimo Congresso é legal? É! 

Mas demonstra um descomprometimento com o esforço coletivo de combate à pandemia que faz com que muitos, com igual legitimidade (entre os quais me incluo, confesso), o sintam como "parte do problema".

Porque o problema maior por que passamos neste momento, é perceber como se combatem os que, por convicção ou conveniência, negam o evidente: só exilados voluntariamente nas nossas casas poderemos vencer este vírus nojento sem desmanchar por completo a economia do país. 

Ora, o PCP, ao dizer que não há problema nenhum em que centenas de pessoas se desloquem, das mais diversas maneiras em direção a um "epicentro" político, que se reúnam nesse local, que encham (ao almoço e jantar, pelo menos) restaurantes vedados aos demais cidadãos, que se movimentem pelas ruas vedadas aos seus concidadãos, etc., está a aliar-se (e não direi inconscientemente, porque nada no PCP é inconsciente) aos que negam a necessidade de isolamento como medida mais eficaz de combate à pandemia. 

Hoje ou ontem, um responsável da Ordem dos Advogados perguntava numa rede social por que pode o Congresso do PC reunir e não pode a AG dos Advogados... E barbaridades dessas ouvimos a muita gente (a quem, transijamos, é difícil não dar razão)... 

Em suma, não é na legalidade ou na decência política que eu coloco o problema: é mesmo nesta para mim incompreensível decisão de se pôr do lado do problema e não, como tantos esperávamos, do lado da solução... 

E, obviamente, não gosto...