quinta-feira, 26 de novembro de 2015

O peso do Estado...


17 Ministros e 41 Secretários de Estado pode parecer muita coisa...
A direita ressabiada diz até que é um exagero e uma vergonha e um regresso ao despesismo.
Eu entendo esse número como um excelente sinal para um país que ainda vai  tempo de fugir da deriva neoliberal com que quase o destruíram Passos e Portas nos últimos tempos.
A assunção de que o Estado não é uma figura menor na vida das pessoas e na economia é uma necessidade premente!
E afirmá-lo, sinalizá-lo politicamente também!
- Dizer que a Justiça é função primordial do Estado não pode deixar de passar por uma equipa que - vinda do Estado - tenha dimensão e peso bastantes a que se combata a privatização que tantos queriam!
- Dizer que a saúde é pública exige mais que um secretário de Estado!
- Dizer que o Estado tem um papel na internacionalização da nossa economia pede que haja um político a coordená-la!
- Dizer que é obrigação do Estado na inclusão das pessoas com deficiência não tinha de ser feito por uma pessoa com deficiência; mas é um excelente sinal político que o seja!
- Dizer que é no Parlamento que se vai fazer política e não nos corredores dos bancos e das grandes empresas exigia um político da craveira do deputado Pedro Nuno Santos!
A alteração de paradigma que se exige (e que espero que aí venha): "governar para os eleitores e não para quem paga as campanhas eleitorais" exige Estado, melhor Estado, mais competente e assertivo. E, por isso mesmo, não poderia ser "menos Estado"!
A mim, francamente, agrada-me ter 17 Ministros e 41 Secretários de Estado!


terça-feira, 24 de novembro de 2015

Decisões...

Um dia, já lá vão uns anos, um magistrado que (por nunca o impor) rapidamente ganhou o meu respeito, disse-me algo como isto: "eu posso perder noites de sono até tomar uma decisão, mas depois de tomada, nem mais um minuto perco"...
Perdi horas de sono (perdi mais que sono, em boa verdade): desistir nunca foi verbo que eu conjugasse com facilidade.
Mas a decisão está tomada!
Daqui para a frente, não perco nem mais um minuto 😉

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Busque-se o alento onde ele possa estar...

Chamem-lhe o que quiserem...
Chamem-me  que quiserem...

(ou de como eu preciso de utopia para não deixar que o desalento tome conta do que sou!)

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Reflexões sobre política e sobre o momento político...

Muitos se espantam com o que se passa nos últimos dias na Casa da Democracia.
Eu próprio, sempre imaginei mais coincidente com a política e o posicionamento ideológico das várias forças com representação parlamentar que a aproximação com vista à formação do Governo se fizesse no "centrão" que à esquerda...
Admito que rejeito integral e totalmente a ideia de que o que se está a fazer é "sede de poder" ou "projeto político pessoal"... principalmente porque sou democrata e todos os quadros possíveis no âmbito da democracia, tal como ela vem definida pela Constituição da República Portuguesa, são sempre admissíveis!
A minha reflexão sobre as causas desta alteração (partindo dos dias de hoje e não do que vinha sendo a realidade) leva-me às seguintes conclusões:
1. o "parti pris" ideológico à esquerda no nosso Parlamento, mudou muito pouco;
2. a diferença estará na circunstância de o PS e o PPD-PSD terem deixado de serem iguais;
3. durante muito tempo, disputaram o que havia de social-democrata no parlamento e no posicionamento ideológico em Portugal, o que manifestamente deixou de acontecer;
4. é o PS o único partido português que permanece próximo do que, na sua conceção teórica e na prática política, é a social democracia;
5. não tenho dúvida de que era a semelhança entre aqueles dois partidos que permitia que as maiorias relativas de um e de outro se fossem absolutizando...
6. o distanciamento do PPD-PSD da matriz social-democrata que deu cabo do país e que se pretendia prolongar no tempo fez com que a esquerda do Parlamento tivesse (pela primeira vez, desde 1974) preferido a social democrata à via "neoliberal" (que, a ter continuado, nos deixaria inapelavelmente de rastos);
7. o que vale por dizer que, até neste apeamento do poder, o PPD-PSD apenas se pode queixar de si mesmo...