quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Um pouco mais de mim...

DISTÂNCIA



Esta (inesperadamente curta)
Distância
Deixa-me capaz de negar
Obstáculos à certeza
De que tempo e espaço
Estão em quanto digo
E não apenas na ânsia
Do teu abraço.

Espinho, 24 de Agosto de 2011

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Um pouco mais de mim...

ÂNGULO RECTO





Há um canto com noventa graus precisos, que se forma da intersecção da linha (vertical, porque não?) do meu tempo e da linha (horizontal, já agora) do nosso espaço, onde eu nunca vou sozinho e, de onde – por isso mesmo (passe a estupidez da evidência) – nem a solidão nem o distanciamento se atrevem a abeirar-se.

É o meu canto, que deixo sempre sozinho quando de lá me afasto.

E era para onde eu queria levar-te agora…



Espinho, 17 de Agosto de 2011

Um pouco mais de mim...




À vista do que inalcançável transportas,
Enchem-se-me os sonhos de alegria,
Sinto os dedos inchados de poesia
Que retenho
E não me consinto verter
Nas linhas onde
Apesar de tudo
A queria confessar.

E é cansado desse asco
De mim mesmo que adormeço…

É então (e só então)
Que o Sol se esconde
Na solidão fria
Que me impuseste
Nesses tons de azul
Que não mereço.

E os sonhos já não teimam em correr,
Os versos nem ensaiam um grito mudo...

Porque te espanta, meu amor,
Que me recuse a despertar?

Espinho, 16 de Agosto de 2011