quarta-feira, 30 de julho de 2008

Há alturas em que me sinto perto do céu...

Sábado passado, tive a sensação de que tinha subido ao céu. E não me apetecia voltar…
Sentado (apertado, sempre demasiado apertado) no Auditório de Espinho, despontou de uma luz fantástica uma verdadeira voz de deusa que cantou, naquela limpidez que caracteriza as vozes dos magníficos cantores que foram sempre integrando aquele grupo, a minha área preferida, a primeira que me fez arrepiar, a que sempre me há-de fazer sentir “em pele de galinha”.
Depois de um dia que deveria ter sido de alegria e acabou por ser de profunda desilusão, em que me ficou pouco mais que o consolo da partida, limpei a alma…
Os Swingle Singers, de facto, conseguiram preencher-me (e o Lamento de Dido foi "só" a abertura").
Deixaram-me a não querer voltar do éter onde me puseram.
Era bom, era… aliás, foi: foi muito, muito bom!

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Sic transit gloria mundi

Ouvi, aqui, com mágoa, a parte do discurso em que Sua Excelência, o Senhor Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, aproveitou para, sem nunca se dirigir ao Bastonário da Ordem dos Advogados, achincalhar e apoucar - por não identificar a(s) pessoa(s) a quem se quis dirigir - entre outros, os advogados e o seu mais alto representante.
Já por várias vezes o disse e, por isso mesmo, estou à vontade para o dizer sempre: nem sempre gosto do estilo do Senhor Bastonário Marinho e Pinto, embora me veja forçado a reconhecer que tem razão em muitas das críticas que faz (não nego o conteúdo, portanto, embora me custe a forma).
Mas tenho que admitir que “me deu a volta à tripa” ouvir alguém que é tão alta figura do Estado a proferir aquelas palavras, num estilo que me fez preferir o do Senhor Bastonário Marinho e Pinto.
Nem me vou referir a uma questão essencial que me incomodou mais que tudo, pois quem afirmou (em tempos idos) que os advogados são os responsáveis pelos atrasos na justiça não poderia vir senão dizer que é preciso pôr debaixo dos poderes judicial e político a alçada disciplinar dos advogados; mas tenho que dizer uma coisa: prefiro, indiscutivelmente, quem chame os bois pelos nomes e assuma, por isso, a devida responsabilidade; prefiro, de longe, a sinceridade e a rectidão de quem diz o que pensa…