domingo, 24 de maio de 2009

Ou há democracia ou nem por isso...

Muito tenho visto escrito a propósito da alegada “crise” (para mim é uma confusão acabada) na Ordem dos Advogados. Porém, do que vou auscultando, a haver uma assembleia geral onde se debatesse o que se entendesse, mas onde, depois, o voto das respectivas deliberações – maxime, a de destituição dos Bastonário em exercício – ocorresse por voto secreto e universal e por correspondência (para permitir a todos o voto), essa deliberação, pelo menos, teria quase certamente o chumbo como resultado.
Eu – já o disse e reafirmo – não votei no Dr. Marinho e Pinto e tão-pouco lhe aprecio o estilo.
Mas tenho a sensação de que há muito boa gente a esquecer a noção elementar de democracia. E que são precisamente os que têm sistematicamente sobrevivido ou melhorado a sua qualidade de vida à custa da OA, nas suas diversas áreas (formação à cabeça, mas também pela angariação de clientela, pela publicidade indirecta, pelos pareceres (v.g., os Conselhos de Deontologia e Superior, mas também no âmbito da política legislativa) e pelo patrocínio da Ordem em situações concretas) quem mais vem “refilando” contra o Bastonário eleito democrática e massivamente, o Conselho Geral eleito da mesma forma e, ao fazê-lo (ainda por cima, tão descabeladamente), também contra o programa eleitoral que o Bastonário e o Conselho Geral da OA levaram a escrutínio e que, por ter vencido as eleições, merece ser executado.
Da minha parte, e neste momento, preferia que não houvesse eleições na Ordem dos Advogados: por não concordar com o programa que foi já sufragado e que, decerto, o Bastonário Marinho e Pinto levaria a eleições de novo, custar-me-ia alguma coisa votar nele (leia-se, programa); mas o respeito pela democracia e pelo voto levar-me-ia a votar nele – e leia-se, aqui, António Marinho e Pinto.
Poderia alvitrar resolução diversa ao meu voto se alguém conseguisse que a votação da destituição do Bastonário e do Conselho Geral fosse alcançada pela mesma forma de sufrágio da respectiva eleição, ou seja, com a participação obrigatória de todos os advogados. Mas ninguém sequer o sugere, ciente, decerto de que lá viria o tal chumbo a que aludi supra.
Ah, já agora eu explico: votaria no meu Colega António Marinho e Pinto, porque sei que fazer diferente seria fazer o que estão a tentar os “críticos”: impedir o exercício e a vivência da democracia, na sua mais elevada expressão que é o voto, ainda para mais fazendo-o de uma forma absolutamente a-democrática (pior: com a aparência de democracia, como se uma assembleia geral representasse ou pudesse representar todos os advogados como representou o acto eleitoral); mas também porque, à medida que o tempo vai passando, vai aumentando a minha convicção de que tende a ser um dos grandes Bastonários que a Ordem dos Advogados teve.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

domingo, 3 de maio de 2009

Erros que me desagradam.

Reconheço alguma verdade no escrito do Professor Vital Moreira (in http://causa-nossa.blogspot.com/2009/05/diario-de-candidatura-26.html).

Embora pouco habituado concordar com o dito senhor, de quem não gosto (não pelo seu passado político, mas por causa de um episódio académico, que me marcou pela negativa), desta vez, vejo-me forçado a fazê-lo…

Não tomo o todo pela parte, como é óbvio, mas há uma coisa que ainda não vi dita nem escrita a não ser pelo SENHOR José Saramago (in http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1219938): quem insultou e atacou a integridade física de uma representação democrática de um partido democrático, ou tem ou não tem filiação partidária.

Se não tem, o PCP e (ainda mais) a “vitimazinha ofendida” PS talvez se devam calar, para não parecer que se estão a aproveitar de uma situação triste e verdadeiramente lastimável.

Se tem, cabe ao partido que onde estejam associados agir muito rapidamente, motivando a respectiva expulsão.

Porque o passado não esconde nem se deve esconder, mas também não pode servir para perdoar erros do presente que podem custar caro ao futuro de um dos bens mais sagrados que temos: a democracia.