A estória é esta e passou-se comigo aos catorze ou quinze anos (ando farto de fazer contas e não sei se foi num ano ou noutro).
Tinha eu ainda (e tive, felizmente por muitos anos) o privilégio da presença da minha avó e ela
levou-me na minha primeira grande viagem: Atenas, Ilhas Gregas e Istambul.
Antes de abalarmos, realizou o meu desejo de ter uma máquina fotográfica e eu
tive nas mãos a minha primeira (uma Zenith, de fabrico russo e que vou recordar
para sempre).
O problema é que um rolo de trinta e seis tinha de ser muito
poupadinho e eu deixei-me ficar a procurar ângulos naquela praça entre a
Mesquita Azul e Santa Sofia.
O grupo não me deu pela falta e entraram em Santa
Sofia sem mim…
Imagina quem me leia o pânico da minha avó, não imagina?
Mas decerto não
imagina o quanto me doeu a dor dela, a sensação de culpa pelas lágrimas que lhe
vi…
Fiz as pazes com esse (felizmente, o único) desencontro com a minha avó
precisamente com a ajuda e a presença de alguém que era viajante como eu nestas férias e que muito me lembrava a minha "velhinha".
E foi bom... muito bom!
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