terça-feira, 1 de setembro de 2015

A propósito de fazer as pazes...








Estas férias, para além de muitos "regressos à adolescência" (deliciosos, todos, mesmo os agora dolorosos) trouxe-me uma sensação de ter feito as pazes com o passado...
A estória é esta e passou-se comigo aos catorze ou quinze anos (ando farto de fazer contas e não sei se foi num ano ou noutro).

Tinha eu ainda (e tive, felizmente por muitos anos) o privilégio da presença da minha avó e ela levou-me na minha primeira grande viagem: Atenas, Ilhas Gregas e Istambul. 
Antes de abalarmos, realizou o meu desejo de ter uma máquina fotográfica e eu tive nas mãos a minha primeira (uma Zenith, de fabrico russo e que vou recordar para sempre). 
O problema é que um rolo de trinta e seis tinha de ser muito poupadinho e eu deixei-me ficar a procurar ângulos naquela praça entre a Mesquita Azul e Santa Sofia. 
O grupo não me deu pela falta e entraram em Santa Sofia sem mim… 
Imagina quem me leia o pânico da minha avó, não imagina? 
Mas decerto não imagina o quanto me doeu a dor dela, a sensação de culpa pelas lágrimas que lhe vi… 
Fiz as pazes com esse (felizmente, o único) desencontro com a minha avó precisamente com a ajuda e a presença de alguém que era viajante como eu nestas férias e que muito me lembrava a minha "velhinha".
E foi bom... muito bom!

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