Porquê uma
“quase crónica”?
Porque, apesar
de escrita como tal, tenho para mim que há de ficar exclusivamente onde a
colocarei: no meu blog pessoal, onde vou prestando coisas, às vezes,
contas. Às vezes, porém, a forma basta para o conteúdo ficar onde deve
permanecer… E, assim como assim, se a quisesse publicar, em Espinho não teria
onde…
Tripartida por
isso mesmo: a) uma primeira parte de opinião sem fundamento factual (salvo na
parte final dele, ficou feita no parágrafo que antecede); b) uma segunda parte
de factos (que são o que são); e, c) uma última, de opinião, essa já baseada em
factos, mas ainda assim, confessada opinião…
Factos?
1.
No passado dia 26 de fevereiro, teve lugar a
reunião que finalizou a última Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de
Espinho, na qual estou empossado como Deputado Municipal;
2.
No decurso dessa reunião, fui acusado de
insultar o presidente da Câmara Municipal
3.
Reitero que não o fiz!
4.
Foi-me remetida uma mensagem, no decurso da
reunião e através de uma aplicação de conversas online, uma mensagem que
me deixou profundamente irritado;
5.
Irritado e pensando estar a escrever em resposta
a quem me remetera essa mensagem, escrevi o que escrevi;
6.
Escrevi, no chat
– que deveria ser privado – de apoio àquela reunião virtual a seguinte
expressão: “não era de mim que este grande filho da puta estava a falar,
pois não?”
7.
Nem sequer me apercebi de que tinha escrito
aquilo no chat – que deveria ser
privado – de apoio àquela reunião virtual e não na conversa que estava a ter em
paralelo;
8.
Apercebi-me disso quando um vogal que se
apercebeu do meu lapso (ou erro, ou desatenção – chame-se-lhe o que se quiser
chamar) decidiu aproveitar-se dele;
9.
E dele retirar falsas conclusões (à partida, a
afirmação de que tinha intenções que não tive nem tenho);
10.
E disso tirar proveito político;
11.
Quando me apercebi do erro que cometera, no
mesmo chat – que deveria ser privado
– de apoio àquela reunião virtual dei explicação do sucedido;
12.
Acabei por ter necessidade de explicar em alta
voz e na Assembleia o que já explicara no chat
– que deveria ser privado – de apoio àquela reunião virtual: o meu erro, lapso,
desatenção – o que lhe quiserem chamar;
13.
E, de viva voz, tive oportunidade de reafirmar
(com verdade!) que o que escrevera no chat
– que deveria ser privado – de apoio àquela reunião virtual não era dirigida a
nenhum dos presentes naquela reunião e que se tratou de um lapso, de um erro
meu o facto de ter sido escrito no chat
de apoio à reunião virtual da Assembleia Municipal;
14.
Porque, se não era dirigido a nenhum dos membros
da Assembleia, obviamente, não era no “chat”
da Assembleia que deveria ter sido escrito!
Permito-me,
agora, as opiniões:
a)
não me orgulho de ter usado a linguagem que
usei: mesmo irritado como estava por uma questão pessoal que se interpôs a meio
da Assembleia, não é linguagem que costume usar ou de que me pudesse orgulhar,
se tivesse esse hábito!;
b)
sei – há muito – que estar-se na política também
passa pela “petite histoire”, queiramos ou não;
c)
Obviamente, se a política em Espinho fosse feita
por todos com decência, aqueles que se aperceberam do meu lapso (ou erro, ou
desatenção – chame-se-lhe o que se quiser chamar) jamais se teriam aproveitado
dele e desse aproveitamento retirado falsas conclusões (à partida, a afirmação
de que tinha intenções que não tive nem tenho) e disso tirado proveito político;
d)
Sabemos, porém e infelizmente, que não é assim!
E sabemos há muito;
e)
E, ao fim deste tempo todo a ver como
“funcionam”, percebemos que a intenção daquele vogal em concreto (e do
Presidente da Câmara Municipal ainda mais) não é reagir ao erro do Carapeto: é
mesmo tentar impor o retrocesso (não, não seria um regresso, seria um
retrocesso!) das reuniões da Assembleia ao tempo do secretismo em que nada do
que ali era dito chegava aos munícipes, em que não se cumpria a lei e não havia
difusão pública do seu conteúdo…
f)
Sabem que é difícil continuar a passar entre os
pingos da chuva se esse retrocesso não acontecer; por isso há que “cavalgar” um
evento e um seu interveniente para o conseguir!;
g)
É imperioso – em contracorrente – afirmar que o
concelho só tem a ganhar com a manutenção da transparência e democracia plena
decorrente da transmissão online e em
tempo real das reuniões da Assembleia Municipal e em boa hora a Senhora
Presidente da Assembleia Municipal em exercício decidiu promovê-las nesses
moldes!;
h)
É imperioso que, na Assembleia Municipal e em
todos os fóruns, mesmo que cavalguem o erro que cometi, se continue a denunciar
o desgoverno em que o PSD mergulhou a cidade e gerar e afirmar a esperança de
um concelho a caminho do merecido regresso a uma governação decente, honesta,
competente e, acima de tudo, liberta da pequenez;
i)
Da minha parte, continuarei a fazer o que saiba
e possa para que Espinho se liberte da autocracia e da política do “pequenino”,
do “mal projetado” e da prevalência dos interesses particulares a que o PSD de
Pinto Moreira e Vicente Pinto o sujeitaram e possa renascer para o que sempre
deveria ter podido permanecer: um concelho de projetos, de ideias, de liberdade
e crescimento, onde todos (mesmo todos) sintam que é bom viver!
Espinho, 4 de
março de 2021,
P.S.1. Tem,
obviamente, razão quem me disse que eu cometi o erro primordial: desatentar-me
(mesmo que só por instantes) do essencial, o que se estava a passar na
Assembleia Municipal.
P.S.2. Estes
dias também serviram para receber algumas manifestações de solidariedade
(nenhuma inesperada) e também algumas ausências dela (mas é assim a “coisa”,
não é?). A todos, o meu muito obrigado!
P.S.3. Este
episódio teve uma grande vantagem: olhos nos olhos, no sítio certo e sem
holofotes, consegui (porque lhe devia um pedido de desculpas e fui pedir-lho) resolver
uma divergência velha que tinha com o tal familiar que, pensava eu, a mim e aos
meus se referia quando disse o que tanto me irritou… além do abraço que o
sangue reconhece sempre, foi francamente compensador perceber que o vogal de
sempre asneou (como sempre!) quando barregou que era de mim que o tal filho da
p*** estava a falar: não era…