terça-feira, 18 de agosto de 2015

Preciso de mudança!

Leio isto e constato que nunca neste país tanta gente (sobre)viveu com o salário mínimo nacional - são 465.000 portugueses, contra nem chegava a 200.000 há quatro anos!
Há dias, esteve sentado no meu gabinete um senhor que me disse que, depois de ter ficado sem trabalho há três anos (ganhava perto de 700,00€ por mês limpos), conseguiu - aos perto de 50 anos e depois de ter acabado o fundo de desemprego - um trabalho por 505,00€ mês (ou seja, depois de descontos e com duodécimos, tem disponíveis, limpos 525,00€ por mês).
Daí, paga 210,00€ de pensão de alimentos aos filhos (e nem lhe passa pela cabeça baixar, que ele quer que os 3 cachopos tenham um bocadinho de futuro e que esse seja o mais diferente possível do que é o seu presente); paga perto de 75,00€ por mês de medicação (que ou toma ou morre); tem de gastar 55,00€ (ou 65,00€, já nem sei) de passe para poder ir trabalhar; pagava 200,00€ de um quarto e passou a pagar só 150,00€ porque deixou de usar o chuveiro e vai tomar banho e lavar os dentes ao balneário público nos dias em que não puder fazê-lo no trabalho; e ficam-lhe menos de 50,00€ por mês para comer, vestir-se e calcar-se, ter o mínimo de cuidado com a sua higiene e saúde e tentar sonhar com  o tempo em que poderá voltar a ser humano e não um arremedo de homem como me confessou sentir-se...
E eu fiz contas e percebi que isso pouco mais é que 1,50€ (um euro e meio) por dia!.
E tive vergonha de apertar a mão e não o pescoço aos que dizem que o meu país está muito melhor...
Quero lá saber de quem cá esteve antes, pah! Não me venham com a cantiga de que os erros foram cometidos todos até 2011!
Queria era que em vez de fazer ricos (como quis e soube fazer), este (des)governo tivesse ao menos tentado diminuir o número dos pobres (o que não quis fazer, pelo que nem sequer se chega a colocar como questão se saberia ou não fazê-lo)!
Quero (preciso, para que não perca de vez o instinto de proteção e continue a contrariar o ímpeto de fazer "asneiras"!) de quem me livre de um país que resigna a ser assim!

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