domingo, 14 de fevereiro de 2016

Discordando se avança...

Gosto que me mandem calar quando têm razão para isso...
Li este texto do MEC e a verdade é que dei por mim, perante a leitura dele, a pensar na razão que me leva tantas vezes a referir os dois géneros em situações como a que o autor descreve (a típica fórmula do "minhas senhoras e meus senhores" é disso exemplo acabado e confesso que a uso habitualmente!).
E, se dei por mim a pensar que a regra da língua manda que se use o plural no masculino, também me quis parecer que o pleonasmo não faz mal a ninguém e até dá um certo melhoramento ao que possamos estar a escrever ou a dizer, na análise da questão do género.
Perguntei-me se estaria a desconsiderar o género feminino, ao repeti-lo (como diz o autor).
E concluí (não sei se acertada se erradamente) que não.
Não me parece que me converta em machista por respeitar as senhoras a quem me dirijo com um trato diferenciador, demonstrador de coisas como respeito, como reconhecimento e desejo da sua presença.
Eu não sou machista pelo facto de dar prioridade a uma senhora na passagem de uma porta; nem quando subo uma escada à sua frente ou caminho do lado de fora do passeio; nem quando tento que tenha a mesma oportunidade laboral ou social que temos os do género masculino.
Pelo contrário, quer-me parecer.
Claro que tudo aquilo que descrevi – e também dizer "senhoras e senhores", "portugueses e portuguesas"! – não me impede o meu confessado feminismo.
E ainda bem, porque quero continuar a fazer todas as coisas que acima relatei sem peso na consciência... 
Por isso, desta vez o senhor MEC fará o favor de perceber que não respeitarei o seu desejo de que me cale: não creio que tenha razão e preferirei a minha “visão da coisa”…
Mas isso não me dispensa de pensar que há quem veja machismo em tudo o que escrevi e que pratico por educação e gosto; que há quem pense que é por superioridade que subo as escadas à frente ou que nem sempre digo "minhas senhoras e meus senhores" (porque de vez em quando digo "meus senhores e minhas senhoras") por entender que não devo colocar diferença onde a diferença não existe.
E isso fez-me lembrar de que um dia destes tenho de dedicar algum tempo a escrever sobre essa aberração sócio-patológica que crescentemente abomino que é o "fêmismo".
Mas hoje ainda não é um dia destes…

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