quinta-feira, 4 de março de 2021

Uma quase crónica, tripartida…

Porquê uma “quase crónica”?

Porque, apesar de escrita como tal, tenho para mim que há de ficar exclusivamente onde a colocarei: no meu blog pessoal, onde vou prestando coisas, às vezes, contas. Às vezes, porém, a forma basta para o conteúdo ficar onde deve permanecer… E, assim como assim, se a quisesse publicar, em Espinho não teria onde…

Tripartida por isso mesmo: a) uma primeira parte de opinião sem fundamento factual (salvo na parte final dele, ficou feita no parágrafo que antecede); b) uma segunda parte de factos (que são o que são); e, c) uma última, de opinião, essa já baseada em factos, mas ainda assim, confessada opinião…

Factos?

1.              No passado dia 26 de fevereiro, teve lugar a reunião que finalizou a última Sessão Ordinária da Assembleia Municipal de Espinho, na qual estou empossado como Deputado Municipal;

2.              No decurso dessa reunião, fui acusado de insultar o presidente da Câmara Municipal

3.              Reitero que não o fiz!

4.              Foi-me remetida uma mensagem, no decurso da reunião e através de uma aplicação de conversas online, uma mensagem que me deixou profundamente irritado;

5.              Irritado e pensando estar a escrever em resposta a quem me remetera essa mensagem, escrevi o que escrevi;

6.              Escrevi, no chat – que deveria ser privado – de apoio àquela reunião virtual a seguinte expressão: “não era de mim que este grande filho da puta estava a falar, pois não?”

7.              Nem sequer me apercebi de que tinha escrito aquilo no chat – que deveria ser privado – de apoio àquela reunião virtual e não na conversa que estava a ter em paralelo;

8.              Apercebi-me disso quando um vogal que se apercebeu do meu lapso (ou erro, ou desatenção – chame-se-lhe o que se quiser chamar) decidiu aproveitar-se dele;

9.              E dele retirar falsas conclusões (à partida, a afirmação de que tinha intenções que não tive nem tenho);

10.          E disso tirar proveito político;

11.          Quando me apercebi do erro que cometera, no mesmo chat – que deveria ser privado – de apoio àquela reunião virtual dei explicação do sucedido;

12.          Acabei por ter necessidade de explicar em alta voz e na Assembleia o que já explicara no chat – que deveria ser privado – de apoio àquela reunião virtual: o meu erro, lapso, desatenção – o que lhe quiserem chamar;

13.          E, de viva voz, tive oportunidade de reafirmar (com verdade!) que o que escrevera no chat – que deveria ser privado – de apoio àquela reunião virtual não era dirigida a nenhum dos presentes naquela reunião e que se tratou de um lapso, de um erro meu o facto de ter sido escrito no chat de apoio à reunião virtual da Assembleia Municipal;

14.          Porque, se não era dirigido a nenhum dos membros da Assembleia, obviamente, não era no “chat” da Assembleia que deveria ter sido escrito!

    Permito-me, agora, as opiniões:

a)              não me orgulho de ter usado a linguagem que usei: mesmo irritado como estava por uma questão pessoal que se interpôs a meio da Assembleia, não é linguagem que costume usar ou de que me pudesse orgulhar, se tivesse esse hábito!;

b)             sei – há muito – que estar-se na política também passa pela “petite histoire”, queiramos ou não;

c)              Obviamente, se a política em Espinho fosse feita por todos com decência, aqueles que se aperceberam do meu lapso (ou erro, ou desatenção – chame-se-lhe o que se quiser chamar) jamais se teriam aproveitado dele e desse aproveitamento retirado falsas conclusões (à partida, a afirmação de que tinha intenções que não tive nem tenho) e disso tirado proveito político;

d)             Sabemos, porém e infelizmente, que não é assim! E sabemos há muito;

e)             E, ao fim deste tempo todo a ver como “funcionam”, percebemos que a intenção daquele vogal em concreto (e do Presidente da Câmara Municipal ainda mais) não é reagir ao erro do Carapeto: é mesmo tentar impor o retrocesso (não, não seria um regresso, seria um retrocesso!) das reuniões da Assembleia ao tempo do secretismo em que nada do que ali era dito chegava aos munícipes, em que não se cumpria a lei e não havia difusão pública do seu conteúdo…

f)               Sabem que é difícil continuar a passar entre os pingos da chuva se esse retrocesso não acontecer; por isso há que “cavalgar” um evento e um seu interveniente para o conseguir!;

g)              É imperioso – em contracorrente – afirmar que o concelho só tem a ganhar com a manutenção da transparência e democracia plena decorrente da transmissão online e em tempo real das reuniões da Assembleia Municipal e em boa hora a Senhora Presidente da Assembleia Municipal em exercício decidiu promovê-las nesses moldes!;

h)             É imperioso que, na Assembleia Municipal e em todos os fóruns, mesmo que cavalguem o erro que cometi, se continue a denunciar o desgoverno em que o PSD mergulhou a cidade e gerar e afirmar a esperança de um concelho a caminho do merecido regresso a uma governação decente, honesta, competente e, acima de tudo, liberta da pequenez;

i)               Da minha parte, continuarei a fazer o que saiba e possa para que Espinho se liberte da autocracia e da política do “pequenino”, do “mal projetado” e da prevalência dos interesses particulares a que o PSD de Pinto Moreira e Vicente Pinto o sujeitaram e possa renascer para o que sempre deveria ter podido permanecer: um concelho de projetos, de ideias, de liberdade e crescimento, onde todos (mesmo todos) sintam que é bom viver!

Espinho, 4 de março de 2021,


P.S.1. Tem, obviamente, razão quem me disse que eu cometi o erro primordial: desatentar-me (mesmo que só por instantes) do essencial, o que se estava a passar na Assembleia Municipal.

P.S.2. Estes dias também serviram para receber algumas manifestações de solidariedade (nenhuma inesperada) e também algumas ausências dela (mas é assim a “coisa”, não é?). A todos, o meu muito obrigado!

P.S.3. Este episódio teve uma grande vantagem: olhos nos olhos, no sítio certo e sem holofotes, consegui (porque lhe devia um pedido de desculpas e fui pedir-lho) resolver uma divergência velha que tinha com o tal familiar que, pensava eu, a mim e aos meus se referia quando disse o que tanto me irritou… além do abraço que o sangue reconhece sempre, foi francamente compensador perceber que o vogal de sempre asneou (como sempre!) quando barregou que era de mim que o tal filho da p*** estava a falar: não era…

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