sexta-feira, 15 de setembro de 2023

Sobre um ocaso...


A fotografia "gamei-a" ao
Pedro Guilherme-Moreira ... não sei se é dele, mas é um retrato fiel do que os últimos anos fizeram do Porto: um ocaso...

- de uma cidade que se descaracterizou, quando não teve pejo em expulsar os seus melhores (as suas gentes, as que trocavam os "vês" pelos "bês" com a mesma naturalidade e ancestralidade com que o "caralho" e o "morcão" se faziam elementos de construção de discurso);
- de uma cidade que nega aos que sempre souberam com que "bê" se escreve Liberdade e com que "vê" se diz o Livre Pensamento o direito de pensar (mais que a urbe) a comunidade;
- uma cidade que (por ter sempre dispensado Tágides ficcionais: pudera, sabia que era nas bordas do rio que estava a sua inspiração) nunca deixou que rei algum tivesse casa dentro das suas portas e agora se vê confrontada com um "reizinho" de trazer por casa que a quer condenar ao obscurantismo vil de esconder arte nos galpões municipais;
Um ocaso...
A única esperança que o Porto tem (ouve-se nas ruas, nas estações do Metro, nas praças onde já nem os velhos gostam de jogar à bisca lambida) é que o sol se ponha neste dia negro e a manhã que haja de nascer seja de Liberdade, de Cultura a sério, que seja de um Porto renascido!


É... a fotografia do Pedro diz tudo!

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