quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Dizer a verdade impõe-se.

Curiosamente, já vi, perante esta notícia gastarem-se "resmas" de teclas de tanto as premir para falar de pessoas (em jeito de maledicência, as mais das vezes); porém, não vi discussão (quanto a mim) essencial travada: as ideias que resultam desta notícia... sim, porque eu continuo a preferir atacar ideias sem jamais atacar pessoas!
É que eu bem li a razão pela qual o meu Colega Proença de Carvalho diz ter largado o Ministério Público para se dedicar à advocacia: "o ordenado enquanto procurador não lhe chegava para sustentar a família".
Será que os advogados que quer ele quer o Bastonário Rogério Alves contratam, em regime que (por vezes nem eles) consideram "liberal" conseguem, no final do mês, sustentar as suas famílias?
Ou será que não é precisamente porque há advogados que geram toneladas de pão, mas só levam para casa migalhas, porque quanto geram e trabalham e fazem "morre pelo caminho", que se torna interessante para alguns (só alguns) que haja tantos disponíveis...
Eu não tenho dúvida de que há quem sustente as suas famílias com os grandes negócios que faz a propósito da advocacia... mas tenho muitas dúvidas de que os advogados que lhos permitem consigam fazê-lo.
Por isso, acho imperioso que se continue a dizer aos jovens a verdade e que ela seja dita tão assertivamente quanto possível:
- Se a ideia é realizar o sonho de serem advogados, venham! Mas venham conscientes de que não é garantido que não tenham de adiar o sonho de terem uma família nem que, quando a tiverem, consigam sustentá-la!
E essa honestidade é o mínimo que eu espero de quem aconselhe a vocação de um jovem...

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