segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A propósito de elições, refletindo sobre a amizade...


Tenho podido conversar com muitos Colegas, no âmbito das eleições para os órgãos da OA que se aproximam.
E faço-o sempre convencido de que posso ter com qualquer deles uma conversa educada, serena e em que ambos partimos de um mesmo pressuposto: o de que a pessoa que está do outro lado vai ler, refletir e concordar se for caso disso ou discordar se caso disso for; mas sem que eu ou essa pessoa percamos noção do respeito e consideração que nos temos (independentemente de estarmos ou não em lados iguais da "armaria").
Estranhamente, há quem veja diferente e chegue ao ponto de falar-me em desilusão a propósito do que digo e/ou escrevo (??!!)

Caramba, estas eleições não serão capazes de me fazer perder o respeito que tenho pela inteligência das pessoas (e esta ignominiosa campanha eleitoral ainda menos).
Mas estou a ficar com um medo (atroz, verdadeiramente atroz) de me ver forçado a pensar que muito boa gente perdeu a noção de que não é a amizade, os nossos amigos, mas projetos e ideias e ideais que estão em discussão daqui até dia 29 de novembro.
Nunca me aconteceu perder amigos por pensar diferente deles a propósito do que queremos para a OA; nunca perdi o respeito pelos meus Colegas que estão em "barricadas" diferentes das minhas; nunca senti que pudesse deixar de ir beber uma ginjinha no Largo de São Domingos com qualquer advogado no final de qualquer coisa que lá se passasse e onde visões diferentes se confrontassem.
E, estupidamente, estas eleições já me fizeram perceber que tive muita sorte até elas (pelo que elas, em matéria de gente, me fizeram perceber)...
Tive, porém, a fortuna de fazer grandes e verdadeiros amigos, de privar com inteligências verdadeiramente superiores e, na conta final, fiquei, sem dúvida a ganhar.

Espero, sinceramente que percebas que é nesta lógica que "luto" pelo que são os meus ideais, pelo que é a minha visão de advocacia, que é o meu labor para evitar que a advocacia em prática individual perca o respeito da sua Ordem e da comunidade: debato, rebato, mas apenas bato em ideias, não em pessoas!
Foi por achar que assim são todos os meus Colegas (e não abdico de pensar que assim sejam até que mo digam - e, aí, sim, teria eu a desilusão) que debati com quase todos eles (é verdade que há pessoas a quem, por não lhes reconhecer que assim sejam - e há muitos anos que não o reconheço - nem sequer respondo).
Gostaria, sinceramente, muito de poder continuar a responder a todos, a poder conversar com todos, a poder debater com todos e a merecer de todos a crítica leal e franca que tanto prezo.
Se for possível, excelente!
Se não for, como dizia o Mestre: "é a vida!" (apesar de ter de dizer que me seria muito mais difícil a afirmação de que a conta final é positiva).


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