sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

RESUMO (alargado, às tantas) DO QUE ME PARECERAM OS ÚLTIMOS DIAS…


RESUMO (alargado, às tantas) DO QUE ME PARECERAM OS ÚLTIMOS DIAS…

1º, o Bastonário da OA meteu a pata na poça em grande quando apresentou o projeto de EOA que esteve no site da Ordem aqui há uns dias (disso, não tenhamos a mais pequena dúvida: foi um erro político-estratégico tremendo o que foi cometido);

2º, calada há meses, a oposição ao Bastonário viu a sua hipótese de sair à liça (com toda a razão e pertinência) e, como é seu apanágio, disse o que podia e não podia, o que devia e não devia (mas decerto, tudo quanto queria) acerca do assunto;

3º, o Conselho Geral acaba por encontrar uma forma (que eu considero democrática e eficaz) de levar a discussão para onde ela deve ser levada: um Congresso da OA, órgão máximo dos que o EOA prevê, onde, numa representatividade inquestionável, a postura dos diversos advogados seria analisada e votada;

4º (e aqui está o busílis maior) tinha um inconveniente grande para a chamada “oposição interna”: tinha mesmo que ir a votos;

5º, tinha de ir a votos antes do Congresso (porque tinha de haver listas candidatas) e tinha de ir a votos durante os trabalhos do Congresso; ora,

6º é isso que ninguém dessa “oposição” poderia admitir: cabe na cabeça de alguém ter de contar espingardas já? ou (pior ainda) ter de ir em listas conjuntas ao Congresso quando seriam opositores nas eleições de novembro?

7º ERA O QUE FALTAVA! (e foi para isso – e só para isso, creio – que houve quem tanto tentasse veicular como preferível uma Assembleia Geral e preterível um Congresso…)

8º, não se permitiu o Congresso, ou seja, não se autorizou que a discussão fosse levada para onde a discussão é devida e própria (no tal órgão que existe para isso mesmo);

9º o medo de prejudicar os timings eleitorais de novembro falou mais alto…

 
No meio disso, não sei como ficamos nós, os advogados que não têm pretensões a ser “donos” da OA; sei que, contrariamente ao que esperava, muito mal ficam na fotografia os que, tendo essa vontade (e afirmaram-no mais uma vez), impediram a discussão que verdadeiramente importa: que Ordem dos Advogados queremos?
 

Eu gostava de ter discutido se queremos ser uma Ordem dos Advogados livre e libertadora, que vive em nome e para os advogados e para o Estado de Direito ou se antes, queremos ser uma Ordem que aplaude (de pé e no próprio Congresso da Ordem dos Advogados) ministras que achincalham advogados – como esta lei das associações públicas vai acabar por impor que sejamos.

 
Ao que se diz na comunicação social de hoje, parece que os mesmos que aplaudiram em tempos a ministra (e de pé e mesmo perante o enxovalho público que a mesma vinha fazendo aos seus pares) se colocaram em cima de um pedestal de sobranceria e avidez de poder para impedir a vivência democrática que um Congresso poderia permitir…

 
E eu lamento-o profundamente!

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