segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Reflexão a propósito de 29 de novembro de 2013 (e dos tempos anteriores)...

A PROPÓSITO,
Na passada sexta-feira, comprometi-me perante o meu Colega e Amigo Juvenal Viana (com quem partilhei a tarefa de representante de uma das listas – ele da K, eu da I – e a quem agradeço o quanto brincámos e falámos de coisas sérias e tornámos menos pesado a chatice de ali estar o dia todo fechado a abrir envelopes) a só comentar eleições na segunda-feira. Não porque ele mo tivesse pedido, não que eu achasse necessário, mas porque sim: por exigência a mim mesmo de manter o silêncio perante os resultados.
Agora que o tempo disso passou (e agradecendo o desafio: estás a ver como consegui, ó caramelo? ) há algumas ideias que não quero deixar de explanar a propósito do que foram estes últimos meses e do que foi o dia 29 de novembro de 2013.
. Primeira, a minha felicidade e sensação de “descanso” pela eleição da minha Colega Elina Fraga para o exercício das funções de Bastonária: sei que a Ordem dos Advogados Portugueses fica entregue a uma pessoa profundamente correta, lutadora, honesta, conhecedora como poucos dos dossiers que vão estar em cima das mesas nos próximos tempos, senhora de uma capacidade de ouvir e entender e de uma habilidade de se fazer explicar que conheço a muito poucos e que bem falta faz à advocacia e à cidadania.
. Segunda, uma palavra de apreço aos restantes membros do Conselho Geral a que presidirá: tenho o privilégio de conhecer muitos deles e sei o que os motiva. Bem hajam!
. Terceira, a minha alegria pela eleição do Conselho Superior a que presidirá o Colega Menezes Leitão: esperando que seja o último Conselho Superior da Ordem dos Advogados que não seja eleito pelo método de Hondt, estou seguro de que será um dos primeiros a fazer-me duvidar da necessidade de que essa metodologia de eleição se aplique.
. Quarta, uma palavra de gratidão à minha Colega, minha Amiga Joana Sá Pereira: lutou como a grande mulher que é, venceu muitas resistências, demasiadas calúnias, soube mostrar ser o que o Conselho Distrital do Porto poderia ter de melhor a presidir aos seus destinos; não o quiseram os meus Colegas, motiva o meu:
. Quinto (pensamento), para dar os parabéns à minha Colega Elisabete Granjeia: os votos demonstram que 2460 advogados do norte a escolheram e eu confio sempre nos meus Colegas; espero poder terminar o seu mandato dizendo que foi uma excelente presidente do CDP;
. Sexto pensamento, para as listas ao Conselho de Deontologia do Porto: votei na lista “I” convicto de quer o Dr. Marques Mendes, quer o cabeça da lista “L” seriam muito bons presidentes desse órgão disciplinar da OA; sei que não vou estar enganado daqui por três anos: parabéns ao Dr. Ferreira de Cima;
. Sétimo pensamento, um olhar para mim mesmo:
Não dou por perdidos as centenas de telefonemas que fiz nem as centenas maiores ainda de horas que roubei ao escritório para “estar” no FB com os Colegas e falar-lhes dos projetos “I”; voltaria a fazê-lo as vezes que fossem precisas; não sé pelo resultado eleitoral, mas pelo bom que foi estar com a grande maioria delas.
O difícil nestas eleições foi que me demonstraram que eu ainda sou capaz de me iludir (e que, por isso, me desiludi tanto).
De me iludir com os outros: descobri (desilusão tremenda) que alguns que pensava probos são, na verdade, verdadeiros escroques; descobri que a “amizade” de alguns é uma horrenda forma de gerar redes de interesses e dependências funcionais, como se a amizade me pudesse obrigar a calar denúncias de atos vis ou me pudesse forçar a pactuar com coisas que a minha consciência recusa. Com sinceridade: a mim, não voltam a enganar-me.
Mas foi um tempo em que acabou uma ilusão que de mim tinha: não posso já afirmar a minha convicção na minha capacidade de perdoar sempre as ofensas (como as de que fui alvo e as de que foram alvo os “meus”); não, ainda não consegui perdoar, descobri que não saberei esquecer, e que tenho de me bastar – neste momento, pelo menos – com o desejo de indultar.
E essa é a desilusão maior: sempre pensei que não “cresceria” para esse outro lado de que tanto não gostava: o lado dos que “perdoam mas não esquecem”…
Mas, como dizia a outra, “são coisas”…
Mas o mais importante delas, do tempo das eleições, é que me demonstraram com atos e palavras e gestos que a amizade (quando verdadeira e bonita e absolutamente desinteressada) é uma das coisas mais maravilhosas de se viver: gera respeito, gera sorrisos, gera gargalhadas; faz nascer flores lindas em terras que pareciam imensamente inférteis.
Sei que vou esquecer vários, mas estes são os que, de entre os que não prescindiria de ter tido por perto nestes tempos (e a quem tanto devo, pelo tempo de qualidade que partilhámos), me vieram de repente à ideia: meus Colegas Elina Fraga, Tiago Oliveira Silva, Joana Sá Pereira, Joana Pinho, Paula Alexandra Ferreira, Teresa Teixeira de Sousa, Maria João Afonso, Ana Sofia de Sá Pereira, Ana Costa Almeida, Miguel Antas de Barros, Teresa Antas de Barros, Pedro Reis, Miguel Martins Costa, José Rodrigues Lourenço, Juvenal Viana, Alberto Jorge Silva, a todos vós: imensamente OBRIGADO!!!
Com gente grande assim, vale a pena ser-se gente!

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